(Psicóloga Daniela de Fátima Leandro)
Sabe aquele pote que tá no congelador que você achou que era sorvete, mas na verdade é feijão? O home office é mais ou menos isso.
O sonho de acordar, nem tirar o pijama e já estar no trabalho tornou-se algo não só possível, mas muito necessário nesses últimos tempos.
O home office foi adotado por muitas empresas após o mundo ser acometido por uma pandemia e ser necessário adotar a quarentena.
Ideal de muita gente trabalhar de casa, muitos comemoraram a possibilidade de ficar no aconchego do lar e ainda realizar as atividades profissionais.
Mas como a gente sempre caça “sarna pra se coçar”, rapidinho o ideal caiu por terra.
Já de início, a gente percebeu que a falta de materiais, equipamentos e espaço adequados seria um problema e manejar isso poderia ser mais difícil ainda.
A quarentena foi adotada por quase todos os setores, isso inclui escolas e creches. Resultado: o espaço para o home office agora teria que ser dividido com as crianças. Exatamente!
E muitas mães e pais estão enlouquecendo com tanta convivência: é criança brigando, fazendo bagunça; adolescentes que não saem da TV, do celular, do video game; marido e mulher em casa o dia todo. Enfim, a família está “presa” em casa e ainda precisa dar conta dos compromissos profissionais.
Tudo isso gerou muitas cenas hilárias que a gente tem acompanhado nas redes sociais: crianças invadindo transmissões ao vivo dos pais jornalistas, cachorros roubando a cena durante reuniões, a família falando “besteiras” durante uma videoconferência superimportante.
Apesar de engraçado para quem assiste, viver tudo isso pode gerar muito estresse, ansiedade, nervosismo, entre outros sintomas muito comuns em quem adotou o home office e precisa lidar com esses percalços.
Será que existe um jeito de facilitar tudo isso? De tornar menos estressante e mais produtivo meu novo local de trabalho?
Primeiro precisamos entender que se trata de algo novo, que não foi dado tempo de ser planejado, portanto, a adaptação pode demorar e precisa ser feita a partir da tentativa e erro.
Se ficar de pijama e sentado na cama te ajuda a trabalhar com certa tranquilidade, tudo bem! (Porém, é necessário lembrar que há de se ter um cuidado com as questões ergonômicas, ok!?).
Também pode ser interessante você experimentar locais da casa em que se sinta mais a vontade, ou até mesmo, contar com a ajuda da família para “montar um cantinho de trabalho” (sabe aquele mesa velha que tá encostada!? Ela pode ser sua nova mesa de trabalho). Envolva sua família nessa nova organização da casa. Conte para eles o quanto seu trabalho é importante e o que você faz.
Qualquer mudança de comportamento exige muito das pessoas. Uma mudança de comportamento que foi “forçada”, como trabalhar de casa, exige muito mais, pode gerar angústia, um “não saber o que fazer”. E ainda é necessário um tempo para que cada pessoa elabore tudo que está acontecendo e encontre a sua maneira de lidar com as novas mudanças e os novos desafios.
Diante de tudo, é válido qualquer ajuda: respirar fundo, tentar se distrair, fazer aquilo que gosta pra relaxar um pouco. Encontre aquilo que melhor sirva para você ou até mesmo pense naquilo que pode te ajudar a aliviar as tensões do novo ambiente de trabalho.
Vale ressaltar que o trabalho em casa pode até não ser como no seu ideal, mas é uma ótima oportunidade para reavaliar seus ideais e encaixá-los em algo mais próximo da sua realidade. Assim o sonho do home office pode acabar, mas a realidade pode ser bem mais possível…
E vamos combinar uma coisa? Sabe o feijão congelado do pote de sorvete? Pode ajudar bastante na hora de preparar o almoço.